Nos últimos dias, a internet foi tomada por treze razões, nove verdades, baleias coloridas, muitas mentiras, vários problemas... Como sempre, sendo professora e viciada no mundo virtual, eu reflito sobre as situações e sobre como alguns debates atuais podem contribuir para conscientização e/ou ajudar algum(a) estudante... Pensando nisso tudo, porém, eu voltei alguns anos no tempo e me vi novamente no Ensino Médio.
Nas redes sociais, tanta gente julga e exige dos outros, mas será que ninguém lembra de como é/foi difícil passar por determinadas fases da vida?
Eu comecei minha paixão por livros porque, com 8 anos, me sentia sozinha na escola e passava recreios na biblioteca. No Ensino Médio, apesar de não me sentir mais tão sozinha, eu convivia com muitos amigos que se mutilavam; eu chorava sem motivo; eu ficava noites sem dormir pensando que eu deveria ser e fazer tanta coisa e não sabia se valia à pena; eu exigia tanto de mim mesma nos estudos que tinha dores de cabeça intermináveis; eu não admitia que pudesse não passar no vestibular, embora meus pais dissessem que não tinha problema; na minha mente, eu carregava o peso do mundo nas costas; eu odiava que as pessoas dissessem que era "só uma fase"; eu me sentia sozinha mesmo com muitos amigos...
Meu escape sempre foi a escrita e a leitura, comecei a escrever em blog quando eu tinha uns 13 ou 14 anos - antes disso eu já escrevia em diários desde os 8 anos. Também sempre tive apoio dos meus pais, sempre tive alguém para conversar, mas nem sempre isso é possível e tem gente que não dá conta de "sentir demais". Quando estava saindo do Ensino Médio, com crises existenciais (que permanecem) , com exigência do vestibular e logo em seguida um tumor como cereja do bolo, eu pensava em tanta coisa ao mesmo tempo que as lágrimas já eram minhas fiéis companheiras...
Meu escape sempre foi a escrita e a leitura, comecei a escrever em blog quando eu tinha uns 13 ou 14 anos - antes disso eu já escrevia em diários desde os 8 anos. Também sempre tive apoio dos meus pais, sempre tive alguém para conversar, mas nem sempre isso é possível e tem gente que não dá conta de "sentir demais". Quando estava saindo do Ensino Médio, com crises existenciais (que permanecem) , com exigência do vestibular e logo em seguida um tumor como cereja do bolo, eu pensava em tanta coisa ao mesmo tempo que as lágrimas já eram minhas fiéis companheiras...
Passar no vestibular, superar o tumor e ser professora foram meus objetivos e apenas por um motivo: eu queria, na minha mente de adolescente, ajudar outras pessoas a passarem por essa fase, eu queria que fosse mais fácil para outras pessoas e, se eu pudesse ajudar de alguma forma, essa seria minha "missão". Fazer este blog, inicialmente, por exemplo, era um escape de quando eu estava internada. Hoje, sei que ele ajuda muitas pessoas que passam ou passaram pelo Cushing. Sei, também, que os debates em sala de aula e conversas com estudantes ajudam muitas e muitos deles a passarem por determinadas coisas que não são conteúdos escolares. Eu não sou a Madre Teresa de Calcutá, mas ajudar outras pessoas me ajuda. Ninguém precisa fazer esforços hercúleos para ajudar alguém, ter empatia já é um começo, escutar o outro já é um começo, sorrir para alguém já é um começo...
Hoje, quando me sinto mal, coloco uma música bem alta, apago a luz e danço sozinha, deixo as lágrimas virem - assim como quando eu era adolescente - porque não preciso me reprimir, sei que colocar pra fora ajuda... mas depois disso, lavo o rosto e me fortaleço, porque sei que lá fora outras pessoas também passam por isso e eu não estou sozinha.
Pode parecer simplório, pode parecer ridículo, pode parecer insignificante, mas fazer as pazes com o espelho nos ajuda a ser melhor, também. Sejamos melhores, sendo nós mesmos, sendo melhores juntos.