terça-feira, 18 de dezembro de 2012
I would prefer not to... be.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
atazagorafobia
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Paradoxo da sapiência, ou, qual a moral da história?
domingo, 30 de setembro de 2012
You better run, better run faster than my bullet (ou, hard e com emoção)
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
chorar é bom
Aí me disseram: "Rafa, mas pensa que tu és muito interessante, eu gostaria de te estudar!" Claro né, uma aberração linda e de olhos azuis até eu ia querer estudar! Pena que sou eu mesma! 2 anos "estudando" a doença já tá bom, não quero me graduar, um tecnólogo em cushing já tá bom, agora chega.
Claro que me desesperei em ver que meu cortisol ainda estava alto, chorei, liguei pra minha mãe, meu irmão ouviu e praticamente me intimou a ir pra casa (achei cute, mesmo que quando eu chegue lá ele me me chame de chata o tempo todo) mandei e-mail e mensagem pra médica (as 23h!).
Ela me ligou no outro dia e me disse muito "reconfortantemente": "Fala, sua desesperada! Não se assusta assim, vamos trocar o remédio, tu pega a requisição de exame aqui e faz outro exame depois que tomar o outro remédio, eu vi teu anatomopatológico (vulgo: resultado da cirurgia) e tu não tens mais as adrenais é impossível tu produzires cortisol."
Não sei se isso me deixou mais calma ou só conformada com a minha situação de aberração. Mas em todo caso, eu recebi o telefonema quando estava no shopping center com a minha mãe, então eu já estava mais calma. Mesmo uma aberração, se está fazendo compras com a mãe, consegue ser calma. (fica a dica!)
Agora eu tô melhor, já chorei, já ri, já saí, já troquei o remédio... só não fiz um novo exame (é o que me amedronta, mas ok)
Essa semana não tô muito "auto-ajuda", mas até que tô com uns pensamentos "auto-ajudantes", só não tô muito apta pra expô-los, porque esses pensamentos são rápidos e eles correm de mim quando eu consigo chegar perto de alguma coisa pra registrá-los.
Acho que meu projeto "verão 2013 com medidas perfeitas magicamente" vai ter que ser alterado pra "verão 2014 com muito suor e malhação". Fazer o que, né? Eu sempre falava pra minha mãe na minha adolescência (cof cof, me sentindo idosa) "eu queria tanto ser diferente!"
Agora toma na cara, Rafaella.
Sou diferente de todas as estatísticas de "praticamente 100% dos casos de cura após adrenalectomia". Eu sou o "praticamente"! Não era isso que eu pedia (eu acho)... acho que isso serve pra eu aprender a pedir melhor, ser mais específica. Deixar de ser preguiçosa na escolha das palavras, a gente tem que falar tudo que precisa, nem mais, nem menos.
Mas contrariando o que eu acabei de afirmar, vou parar de "falar", porque mesmo que eu precise falar outras coisas, não acho que agora seja o momento (até porque eu tô atrasada pra outras coisas, enfim...)
Não que escrever no blog seja uma coisa muito necessária, né? Mas é tipo chorar... escrever faz a gente se organizar e tentar colocar as ideias no lugar.
Chorar é bom. Escrever é bom. (sem analisar sintaticamente, por favor, obrigada)
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
cortisol 24h
frustração
decepção
desespero
aberração
incompreensão
CORTISOL LIVRE URINARIO * Metodo: quimioluminescencia * CORTISOL LIVRE..........: 361,26
(valor de referência: 55,5 a 286,0 ug/24h)
* OBSERVACOES * Volume tido como de 24 horas em ml: 1620 Realizado DLE, RJ sob no: 002-16293-336 Data e hora do registro da coleta: 06/08/2012 as 06:00
espero explicação, SOLUÇÃO. e só.
.
.
tentativa de postar um PDF
Com ajuda de um primo meu, muito querido, consegui colocar o PDF direto no post! Vivas!
Esse livro eu fiz numa disciplina enquanto eu ainda estava na graduação.
Observação importante: Miguel é meu afilhado.
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
o que será, que será?
Ah! [2] A única coisa que eu vi uma "mudancinha" foi meu rosto, tá afinando um pouquiiiiiiinho. Eu só fui notar porque parei pra ver fotos e comparar as datas, se não fosse isso eu ia jurar que tô a mesma coisa (porque nunca medi meu rosto com fita métrica, né). Pra não dizer que tô mentindo, vejam com seus próprios olhos clicando aqui.
"Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho..."
sexta-feira, 20 de julho de 2012
agora é oficial: vou mudar! (ou, mudei?)
segunda-feira, 25 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
adrenalectomia videolaparoscópica bilateral
-------------
Post atualizado em 26 de setembro de 2013:
Apenas um adendo, sobre o Hospital Baía Sul. Meses depois da minha cirurgia, minha mãe fez uma cirurgia lá, a experiência dela foi outra completamente diferente, mas o caso é: ela fala muito bem do tratamento que teve e as instalações do hospital haviam melhorado bastante. Meu irmão também fez uma cirurgia lá e eu já fiz outros procedimentos lá depois disso, todos ótimos, sem reclamações. Então, não julguem o Hospital por esse post, cada um pode ter experiências diferentes (até eu mesma, em outro momento!). Meu objetivo aqui não era fazer propaganda contra (absolutamente!!!), mas apenas relatar o meu "momento" e a maneira como eu via a situação na época. Hoje estou bem e essa cirurgia foi a definitiva, que me curou finalmente. (como pode ser visto nos posts posteriores) Enfim, fica aqui a consideração. (:
quinta-feira, 7 de junho de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
wiki é que você (e eu) tem a ver com isso?
O ato da escritura sempre pressupõe uma interação, entre o que sai da nossa cabeça (da minha, no caso), com a lingua(gem) que a gente usa e as coisas que a pessoa que ler já tiver na cabeça...
Escrever no blog é uma coisa um pouco complexa porque a gente não sabe quem vai ler, então não sabe se a pessoa têm coisas na cabeça que vão proporcionar a interação que a gente deseja...
Mas eu não me importo muito com isso, porque não estou sendo avaliada e não tenho um propósito muito definido aqui mesmo... mas claro que a gente sempre tem um propósito quando expõe alguma coisa, tudo que a gente "põe pra fora" tem um motivo (mesmo que a gente não tenha consciência, Freud explica, ou não).
Eu já percebi que os posts que mais tenho visualizações são os que eu descrevo situações dramáticas, misturadas com alguma pontinha de tragicomédia ou alguma observação aleatória que eu faço sobre um fato cotidiano, mas quando eu fico assim, divagando, geralmente os posts não têm muitas visualizações... por que?
Consequência da interação, óbvio. Primeiro porque divagações sem pé nem cabeça as pessoas não vão estabelecer relações e aí não vai ser interessante, porque a gente sempre procura alguma relação, pra poder interagir.
Eis que se conclui que a palavra da moda é: INTERAÇÃO.
Nas aulas do mestrado em Educação essa palavra é mencionada o tempo inteiro, às vezes eu nem quero interagir porque fico com dor de cabeça de tanta interação! Mas não tem como fugir, estamos em meio a interações sociais, por meio de relações, redes... Tanto é que estou aqui interagindo com o meu computador e, pela internet, ao mesmo tempo, com várias pessoas, no momento em que eu clicar em "publicar postagem" tudo que eu "coloquei pra fora" estará disponível para mais interação...
Como estou num processo "dissertativo" da minha vida - tudo gira em torno da minha dissertação de mestrado - eu só penso nisso, só falo disso, só respiro isso... então pode ser que eu não esteja muito interessante, aí deixo o blog às moscas, até porque eu não tenho nenhuma notícia sobre o cushing e consultas médicas (que é o que mais dá ibope aqui!).
Só que às vezes a gente tem necessidade de parar e pensar no que está fazendo, e eu penso escrevendo.
Eu fico pensando no tema do meu trabalho, pra que aquilo vai servir, se vai contribuir com a sociedade, se o que eu escrevo tem relevância, se eu vou mudar alguma coisa no mundo, ou se eu sou só mais uma reclamona...
Mais uma vez me peguei pensando nas facilidades da internet e na genialidade dessa ferramenta... numa de minhas aulas surgiu uma discussão sobre os grandes pensadores e teóricos da história, que nós temos que ter conhecimento pra, a partir deles, fazer novas descobertas - e não apenas inventar a roda novamente - e aí a grande questão: nós estudamos muitos pensadores, filósofos da antiguidade etc e tal, mas e nós? Quem somos? Onde estão os gênios? Que legado a nossa era vai deixar pras próximas gerações? O mais comum dos discursos é aquela suposta nostalgia de "antes as pessoas lutavam por mudanças, revolução, conhecimentos" e agora?
Posso estar viajando, mas eu acho que os grandes gênios da "nossa era" são os Steve Jobs e Mark Zuckemberg's da vida! (não me vem à cabeça nenhum outro nome famoso ligado a essas áreas, tipo o criador da Microsoft ou de algum outro sistema operacional, ou algum programador que fez alguma coisa que eu provavelmente utilizo e não faço nem ideia, porque eu não sou uma sumidade da nerdice e porque eu não estudei eles na aula de história... mas quem sabe eles não estarão nos livros - ou disponíveis na web, para consulta em tablets didáticos, ou seja lá o que for - daqui uns anos?)
A expressão da moda não é "interação social"?
Pra que melhor exemplo que uma rede social na web?
As épocas são marcadas por "novos termos", "novos conceitos", "novas expressões".
Às vezes apenas o entendimento de uma expressão é o que muda todas as atitudes de uma sociedade.
A invenção do termo "web 2.0" (pra diferenciar de apenas "web", como se alguém chamasse de "web 1.0", mas tudo bem... é tipo falar da "pós-modernidade", só foi denominada assim porque existiu a modernidade, mas na verdade quem determinou que a modernidade acabou? tá, mas isso é outra história....) pra denominar a mudança das tecnologias, que permitem a interação dos usuários... No caso de "wikis" (sim, tipo a wikipedia!), por exemplo, um site antigamente era feito por programadores e os usuários utilizavam de forma estática o que era colocado lá, agora, com a possibilidade de interação, os próprios usuários podem atualizar informações das páginas que acessam, podem fazer um rebuliço, uma espécie de permissão pra construir nova informação (resumindo: wikipedia = enciclopédia dinâmica).
A interação é instantânea, os compartilhamentos, as reações, as repercussões... vivemos sob o poder de um click! Isso é genial!
Minha dissertação não tem nada a ver com o tema "internet" ou "redes sociais", mas como eu passo a maior parte do dia no computador digitando, navegando, lendo, compartilhando angústias e etc, eu não tenho como não estabelecer relações com a minha realidade.
Que realidade? A da interação!
A partir do momento que leio o Bakhtin lá na sala do mestrado, que diz que nossos discursos sempre serão "infectados" por outros discursos, que ninguém NUNCA falou uma coisa que não foi falada antes, que nós somos constituídos por várias falas que nos precederam - e nem nos damos conta - e que nós interagimos com os discursos que estão em nossa volta e blablabla whiskas sachet... o que eu vejo? Que a internet é isso. Compartilhamentos de discursos, muitas vezes nem sabemos de onde vem, mas nos identificamos e tomamos aquele discurso como nosso, absorvemos, reconstruímos e "colocamos pra fora".
Essa busca por identificação e a necessidade de compartilhar é o que faz de nós seres humanos. E geralmente nos identificamos com as angústias dos outros, com emoções, com qualquer coisa que nos faça lembrar que somos humanos.
Li um artigo esses dias, (desses que foram compartilhados por tanta gente que a gente já nem se lembra onde leu e de quem era - ótimo exemplo bakhtiniano do famoso discurso perpassado por outros discursos que a gente não sabe mais nem a origem) que falava sobre a inteligência e sobre quem determina os níveis de inteligência das pessoas, aí citava o exemplo da pessoa considerada muito inteligente, mas quando ela precisava que arrumassem o seu carro ela recorria a um mecânico e aí fica a questão: quem é mais inteligente nessa situação?
Sem entrar no mérito de diferenciação entre termos, (inteligência ou conhecimento ou capacidade) a questão é: por que aquela "pessoa inteligente" foi buscar ajuda de outra pessoa pra consertar seu carro? Porque essa outra pessoa teve a oportunidade de interagir com discursos que indicaram a maneira certa de consertar o carro!
Interagiu, consertou, ok, acabaram-se os problemas. Não! Outros problemas vão surgir, que vão necessitar de novas interações... e assim sucessivamente.
Aí vêm aquele outro assunto polêmico da internet: exposição. Exposição de problemas, compartilhamento de problemas, bla bla bla problemas... salvem os psicólogos, terapeutas e psicanalistas! Quem mais precisará deles se sua metodologia de resolução de problemas por meio da linguagem (sessões de terapia, contando neuras ou felicidades ou angústias ou qualquer coisa) pode ser substituída por narrativas em redes sociais, blogs, mídia, etc?
Os próprios leitores dão conselhos, ou xingam, ou elogiam... e a resposta é mais rápida!
Essa era da interatividade faz de todos profissionais em qualquer área. Todos se sentem aptos a opinarem em qualquer área, educação, linguagem, psicologia... afinal, somos humanos, Ciências Humanas é nossa especialidade, certo? Não.
Cada um estuda e tem mais aptidão para lidar com determinado assunto. Isso quer dizer que não é qualquer um que possa opinar sobre qualquer coisa, ainda mais acreditando que seu discurso é único e verdadeiro, desconsiderando o que outras pessoas já falaram e pesquisaram sobre o assunto.
"Ah! Mas eu não estudo ciências humanas, minha área é exatas" Ah, sim, e você faz todas as suas pesquisas pra que mesmo? Pra se trancar no armário e nunca compartilhar com nenhum outro ser humano porque você nunca vai interagir com ninguém de nenhuma forma, né? Precisamos ser lembrados que somos humanos.
Acho que ser humano é essa constante tentativa de não esquecer que somos humanos. Deve ser por isso que atribui-se à interação social a resolução dos problemas ("problemas", no sentido mais amplo do termo, porque ultimamente é tudo assim, relativamente falando).
Eu não resolvi meus problemas. Pensar numa coisa óbvia: "somos seres sociais, interagimos socialmente e devemos interagir com outros seres sociais" pra mim não resolve nada.
Mas se eu quisesse resolver talvez eu teria procurado um psicólogo, ao invés de vir escrever no blog, não? Daí vem a questão: será que eu quero mesmo resolver problemas?
Daí me falam (e todos os pós-graduandos já ouviram isso) "ainda bem que tens tempo pra pensar nisso tudo e não trabalhas, né?" e eu respondo mentalmente "imagina se eu NÃO trabalhasse, né?" porque eu só penso nisso tudo porque fico com a mente trabalhando o tempo inteiro... e como eu disse, eu penso escrevendo e, é claro, escrevo pensando.
E se eu resolver todos (meus) problemas, vou escrever sobre o que, né?
Quem sabe no meu próximo post eu resolva um problema e escreva sobre adrenalectomia videolaparoscópica... mas o que é que você, ou, alguém tem a ver com isso tudo? não sei, culpem a interação.