terça-feira, 12 de agosto de 2014

Run to the hills, run for your lives!

Braço de criança arrancado por um tigre. Assalto à mão armada. Acidente de carro, com morte. Depressão e suicídio. Guerra por territórios. Guerra por religião. Essas foram algumas notícias que recebi nos últimos dias. Quem é o culpado por isso tudo? O ser humano.
Não, eu não tenho vergonha de ser uma "pessoa", mas fico bastante triste por me sentir inútil em tantos momentos, em saber que não há o que fazer, simplesmente certas coisas acontecem. Há uns 4 meses, fui assaltada, à mão armada, saí viva, graças a Deus, a um anjo da guarda, ao acaso, a qualquer coisa maior que eu. Esta semana, meu irmão levou um soco pois o assaltante não conseguiu pegar nada dele e tinha muita gente na rua. Percebam:  MUI-TA GEN-TE NA RUA! Exato. Não há o que impeça alguma ação dessas. Ninguém faz nada, pois têm medo justamente de "sobrar pra eles". O que há para fazer? Em qualquer momento que me pego pensando em como a vida é curta e pode nos ser tirada de uma hora pra outra, eu choro, sim. O que fazer para confortar meu irmão e infinitas outras pessoas? Não sei.
Não sei, porque sei que a vida é incerta. Já passei por problemas de saúde que deixaram isso bem claro, mas agora, a preocupação é outra e envolve muitas pessoas, no mundo inteiro.
Lembrei de uma frase que define exatamente a situação: "O homem é o lobo do homem", que foi falada originalmente por Plauto (na Antiguidade Clássica), e posteriormente por Hobbes (na Idade Moderna). E não é que continua fazendo sentido? Não é à toa que clássico é clássico. Nesse caso, infelizmente. Sobre essa frase, o que se diz é que os homens "num estado natural", o que prevalecia era a lei dos mais fortes, ou seja, uma briga constante por sobrevivência. Posteriormente, o que se disse é que deveria haver um Estado que regulasse essa suposta "briga constante". Fica a reflexão: regula? Essa briga constante acabou?
O homem cria máquinas que trazem facilidades e ao mesmo tempo perigo pra si mesmo, cria produtos e novas necessidades que despertam no outro uma vontade de consumo e desencadeia uma briga para conseguir este produto, ou território, ou "a mulher do próximo". Pode parecer ridículo colocar esses  exemplos no mesmo patamar, mas "Helena, de Troia" não foi o motivo de uma guerra? Pois é, a História se repete ao longo dos anos, nós damos continuidade sem refletir sobre isso. E aquela coisa de que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar é mentira, já foi comprovado cientificamente (não me pergunte de onde eu sei, porque eu li em algum lugar) , então, a metáfora segue o mesmo princípio. Meu irmão foi assaltado duas vezes, eu não quero que aconteça a terceira. Eu fui assaltada duas vezes (sim, a primeira vez quando eu estava na 6ª série do ensino fundamental, também na rua da minha casa!) e não quero que aconteça a terceira. Tenho algum controle sobre isso? Não. Vou parar de viver e me entocar em casa? Não. Até porque se isso acontecer, posso fazer mal a mim mesma e esse é o (novo ?) mal do século. Então o que fazer? Sair correndo para as colinas pra se salvar?
Não, eu não sei a solução pra isso, a vida não é uma redação do ENEM que temos que sugerir solução, mas é também uma questão de "manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo" e seguir em frente.